Olá leitores do Cabelos E Sonhos.
Recebo muitos comentários aqui no blog. Bons e ruins. Alguns pecam pela falta de inteligência. Outros se sobressaem tanto, pelo lado racional, que me chama a atenção, afinal é o meu objetivo aqui: levar os leitores a pensarem e se libertarem dos modismos e falsidades sobre cabelos.
O que importa é o raciocínio... |
Lembro que um tempo atrás eu estava para excluir o blog. Sério. Não tinha ganho nenhum com ele, gemia para buscar conhecimento para passar para as pessoas e a troco de quê? Muitas vezes de xingamentos nos comentários vindos de pessoas que... deixa pra lá!
Foi quando recebi o email de uma leitora que me deu grande ânimo, e acabei publicando o email dela. Você pode conferir no link abaixo o que ela disse na ocasião:
Não obstante a tanta gente que entra aqui pra falar mal (mas fazer o que a gente faz ninguém quer) uma leitora, a Tatiana Paiva, leu uma de nossas matérias, e vendo um comentário de um "bam-bam-bam" onde eu respondi a ele, resolveu fazer seu comentário a essa pessoa e achei tão interessante que resolvi publicar aqui para vocês. Confiram abaixo, em itálico, o comentário dela em relação à minha resposta ao "doutor":
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Se você leitor quiser conferir a conversa toda e entender melhor acesse direto aos comentários clicando aqui.
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Bela resposta!
Não sou de nenhuma dessas duas áreas. Nem cabeleireira nem
química. Aliás, tb não tenho doutorado. Sou uma simples cliente. A única coisa
que posso falar é que tenho cabelo, o que já me basta pra falar sobre ácido
glioxílico, carbocisteína e cia. ltda. Não com experiência técnica, mas com
experiência do uso e dos resultados que tive com ele.
Eu tenho cachos e resolvi fazer progressiva com formol, lá
nos primórdios da técnica, quando ainda não havia tanto alarde quanto ao
formol. Foi desagradável durante a aplicação: olhos ardendo, falta de ar, tosse
etc. etc. etc. Primeiro dia? Cabelos LINDOS, "lisérrimos", escorridos.
Quatro dias sem lavar. Assim que lavei, caiu tanto cabelo
que deu pra encher um copo de plástico (daqueles descartáveis).
Aí vieram as escovas menos "agressivas" (leia-se,
com menos formol). Caí na burrice de fazer. Resultado: mais estragos.
Daí, um bom tempo depois, veio a solução
"mirabolante" da carbocisteína (+ ácido glioxílico, o qual NINGUÉM
dizia que tinha na fórmula). Vendia-se como uma solução de alisamento SEM
formol, sem danos e ainda com tratamento. Espetacular, né? Mas sem química,
como vai alisar??? Enfim, fiz (muito depois das progressivas, antes que me
"condenem" por fazer uma coisa atrás da outra. Dei intervalos).
Resultado? Um liso "rígido", fios quebradiços após
a primeira lavagem e um movimento artificial.
Passei a procurar escovas que não contivessem nenhum desses
princípios. O problema é que na maioria dos salões (grandes ou pequenos),
muitos "profissionais" não dizem pra gente qual é a fórmula. E quando
vêm com o produto, já chegam com ele "pronto" num recipiente sem
rótulo. Teve um cara de pau (que eu não posso chamar de cabeleireiro, porque
senão vou ofender a classe, pois vocês, profissionais de verdade, não podem ser
comparados com essa pessoa) que me disse que não poderia me dizer a fórmula
porque senão a concorrência iria "roubar" o segredo do sucesso da
escova dele.
No outro salão (aonde fui há alguns meses), a outra cara de
pau veio com o produto pronto, dizendo que não tinha formol. No entanto, abriu
a janela do salão, me deu uma toalha molhada e ligou o ventilador em cima. Oi?
Nesse salão, a coisa pegou, porque eu queria "abertura
de cachos", e fiquei com um liso escorrido artificial, que não sai de
jeito nenhum. Fora que meu couro cabeludo e minha testa ficaram cheios de
caroços, feridas. Que até hoje estão presentes, toda vez que vou pentear, me
machuco.
Enfim, não sou química, não sou profissional da área. Mas
como disse, tenho cabelos. Hoje estragados por causa dos "ácidos
desconhecidos que qualquer um que se acha profissional vem aplicando nos nossos
cabelos".
Portanto, Leandro Ribeiro, com todo o seu doutorado e seu
produto milagroso, peço licença de te dizer que você é "mais um" a
desenvolver uma coisa qualquer que "alisa" o cabelo no momento, mas
que depois, só Deus pra saber o que vai acontecer.
Até o momento, as únicas coisas que vi fazerem efeito nos
cabelos foram os antigos alisamentos/relaxamentos à base de tioglicolato,
guanidina, sódio e lítio. Nem vou classificar ou rotular como "química
limpa" porque virou moda falar assim. Só falo que são químicas de fato,
que foram desenvolvidas com esse fim, e não um "acidente" que virou
alisante. Tanto é que hoje em dia esses princípios CONTINUAM nas prateleiras,
com fórmulas mais avançadas, profissionais.
Eu nunca ouvi falar de venda "clandestina" de
tioglicolato, guanidina, sódio ou lítio. Ao passo que a maioria dessas escovas
"milagrosas" vivem sendo vendidas e feitas de formas escusas. Fora
que ALISAMENTO não é algo que se faz em 40 minutos.
O resultado de toda essa "fome" dos "caras de
pau" por ganhar dinheiro rápido com alisamentos rápidos: estou quase sem
cabelo. Culpa minha, por ter desejado ter um cabelo que não é meu (ok, as
razões vão bem além disso, já que temos uma sociedade que pressiona os padrões
de beleza, em que o cabelo crespo é tido como sinônimo de cabelo
"ruim", etc. etc. etc. Nem vou entrar nesse nicho, pois não é o
objetivo do post).
Antes de trazer uma fórmula milagrosa, caro "doutor em
Ciências Farmacêuticas", procure conhecer primeiro TODOS os tipos de
cabelos, suas estruturas, etnias (porque o que conta não é o alisamento
somente, mas sim a resposta do cabelo à química, e a resposta do couro cabeludo
ao componente, se vai causar reação alérgica ou não). Estude também possíveis
tratamentos de recuperação capilar. Porque desenvolver UMA química é uma coisa.
Agora, desenvolver UMA única química para um país que tem uma diversidade
capilar abundante não é uma tarefa fácil só porque você tem um título
acadêmico.
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